Contra fatos não há
argumentos
Não podemos ser indiferentes à tantas inverdades
ditas de todas as formas, na sociedade e também
nas casas de lei, em ano de eleições são tantas as promessas teóricas
como sempre, após as eleições os cidadãos que acreditaram nelas e votaram não são mais ouvidos, quem
diz que os outros vivem do passado é porque não sabem que as conquistas do
presente têm sua sustentabilidade lá onde se originaram, diante de tantas
incertezas nas eleições, já pensam no
revanchismo deixando para os próximos governos a inviabilidade de
governabilidade como castigo para os seus opositores mas quem carregará o piano
do déficit nacional é o próprio povo.
A crise atual de desconfiança com a inércia para
coibir a violência explicita pelo país afora nos dá a sensação de indiferença com
a frouxidão e a impunidade para os malfeitos, que continuam circulando por
todos os lugares indiferentes aos fatos na república, que até ficamos
desacreditando que um dia sairemos desse marasmo, uns até afirmam que aqueles
que querem mudanças vivem do passado,
esses uns estão equivocados, porque quem nega o passado não constrói a história
nacional, é o caso do plano real, que alguns
foram até contra a Constituição, contra a responsabilidade fiscal mas são mal
agradecidos porque sobrevivem desse plano e se acham insubstituíveis.
Não é fácil identificar a corrupção, ela é
dissimulada, corporativista, sutil, sofisticadíssima, cheia de esquemas e ama
as máfias, surge a qualquer momento e em
qualquer lugar, as deficiências das quais somos vítimas e as cambaleadas
econômicas com que temos convivido nos
causam tanta desconfiança do futuro, essas deficiências todas não são devido
apenas às crises econômicas externas como alguns querem nos convencer mas
também pela corrupção interna existente aqui e também as más gestões que
ocorrem por votos medíocres que os elegeram.
Uma das coisas que deterioram a política
brasileira são as malditas coligações que ajudam apenas os corporativismos não
tão bem intencionados e nepóticos, causando a desconfiança dos eleitores, com
tantos partidos genéricos da mesma ideologia nefasta que se apresentam como democráticos mas são só roupagem, as
verdadeiras causas do crescimento econômico pífio em nosso país são de origem
política perdulária e a cortesia com o chapéu alheio e por isso é necessária a
alternância de poder, só com as mudanças políticas que poderemos resgatar o
conceito de república.
Não podemos conviver com tantos instrumentos de
barganha na atualidade, com o inchaço nos poderes e o excesso dos gastos
públicos, por que não transformar 513 da câmara federal em 81? como no senado?
por que não se dirime a expansão da lavagem de dinheiro e da corrupção nos
paraísos fiscais através de laranjas, chega de governos perdulários com
futilidades.
As nossas instituições poderiam ter suas
economias mais saudáveis como por exemplo a Petrobrás que foi o orgulho dos
brasileiros, hoje se apresenta segundo a mídia estrangulada e segundo dados da
agência de informações financeiras Bloom-berg a Petrobrás é a empresa mais endividada do mundo e sofre uma sangria financeira há três anos e em 2013 a sua divisão de abastecimento amargou perdas
de 18 bilhões de reais e continuará a pagar o preço dos equívocos na política
econômica e o povo pagante de impostos que continua tão sacrificado com esses empréstimos externos de bilhões de reais
através do BNDES assim como outras instituições como a Eletrobrás estão em grandes
dificuldades, com tantas vulnerabilidades, assim não há país que não vá à bancarrota!.
Como o parlamento pode ter interesse em fazer
debate e discussão tão necessários? se a
mais de uma década desaprendeu isso, não
se interessa mais pelo argumento, sem
ele tudo fica mais cômodo, o ensino da
argumentação desapareceu das aulas nos dias atuais, nem as profissões que
trabalham com a comunicação conseguem fazê-la, têm enorme dificuldade de
argumentação e por isso esse avalanche de assuntos fúteis na mídia televisiva,
o ensino no Brasil tornou-se superficial e a compreensão é difícil de ser
processada com essa lacuna – daí os
milhões de analfabetos funcionais, o argumento já não
apimenta mais as entrevistas com autoridades ou políticos na TV do parlamento, é
matéria pouco ensinada em Língua Portuguesa em todos os níveis de ensino em
nosso país, pois isso é trabalhoso e pouco valorizado pelas gestões políticas
que têm mais vantagem com a mediocridade de grande parte da sociedade porque
assim deles nada cobra.
No ângulo visual dos que vivem nos palácios de
cristal vivemos todos num paraíso, que só é real para os que usufruiem dos
benefícios de seus cargos, a indiferença
faz com que os desequilíbrios se avolumem por todos os cantos do nosso país, só
vemos inversões de valores, dois pesos e
duas medidas! é bem verdade, como diz o ministro Joaquim Barbosa: “criou-se na
justiça um novo determinismo social, esqueça tudo sobre bandidagem, políticos famosos
de costas largas, bolsos cheios não formam quadrilhas, isso só se aplica aos
despossuídos ou políticos de baixa estatura como aquele que não perdeu o seu
mandato no primeiro julgamento com voto
secreto na Câmara e que só depois do
voto aberto veio a perdê-lo”.
Atualmente estamos convivendo com uma cultura do desrespeito, a palavra já não
se garante mais, há o corporativismo da
conveniência de interesses, alguns dizem que não se incomodam com críticas porque têm poder nas mãos e se consideram dono da verdade, a sua, muitas vezes distorcida, não há
humildade porque estão confortáveis para justificar o indefensável dentro do
seu corporativismo ideológico, numa sociedade deteriorada por idéias e coisas fúteis.
Maria Luiza Azzallini Medeiros
Blog:blogprofmarialuiza.blogspot.com 04.03.2014